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A importância da diversidade nas empresas é discutida em uma entrevista com Christiane Pinto, gerente de marketing do Google Brasil.
A jornalista Christiane Pinto foi contratada como estagiária de RH há 6 anos. Ao iniciar sua trajetória profissional na Google Brasil, ela precisou lidar com a ausência de outras pessoas negras na empresa.
Entretanto, na tentativa de mudar esse cenário, Christiane criou o Afro Googlers, uma iniciativa que pretende estimular e facilitar a contratação de pessoas negras na empresa.
Hoje, gerente de Marketing do Google Brasil, Christiane fala sobre as motivações e desafios quando o assunto é diversidade nas empresas.
Diversidade nas empresas: alguns números
Antes de mais nada, traremos aqui alguns números do ano de 2018 (segundo o IBGE) em relação a população negra no mercado de trabalho brasileiro.
Assim, fica mais fácil entender a enorme deficiência do mercado nesse aspecto.
Não apenas em relação a presença de pessoas negras no mercado de trabalho, como também os cargos ocupados e os salários, se comparados aos de pessoas brancas.
- Brancos com nível superior completo ganhavam por hora 45% a mais do que os negros com o mesmo nível de instrução;
- O rendimento médio mensal das pessoas brancas ocupadas (R$2.796) foi 73,9% superior ao da população preta ou parda (R$1.608);
- Apenas 29,9% dos cargos gerenciais são ocupados por pessoas negras;
- Pessoas negras representam 64,2% da população desocupada e 66,1% da população subutilizada.
Diversidade nas empresas: um entrevista com Christiane Pinto
Quer saber o que a Gerente de marketing do Google Brasil tem a dizer em relação a diversidade nas empresas?
Selecionamos alguns trechos da entrevista da Christiane Pinto para a Revista AzMina.
Respondendo a pergunta em relação às barreiras que profissionais negros encontram para que consigam ter boa posição no mercado de trabalho, Christiane responde:
“Esse é um problema maior do que o mercado de trabalho, é um problema do Brasil.”
“Você chega num prédio como esse, geralmente só os seguranças e as faxineiras são negros, todo mundo é branco. Além disso, tem a falta de acesso à educação e de referências, de exemplos.”
Em relação às empresas que argumentam a falta de profissionais negros pelo motivo de não receberem currículos desses profissionais, ela é taxativa:
“As empresas querem ter mais diversidade, mas ficam paradas no discurso de que não chegam currículos, que não conseguem encontrar esses profissionais no mercado. É preciso adaptar as vagas. A questão do inglês, por exemplo. Poucos negros têm acesso a aulas de inglês.”
É preciso mudar a cultura da empresa para implantar ações de diversidade. Entender o quadro de funcionários e questionar os motivos pelos quais estes funcionários foram contratados é o primeiro passo.
Sobre como pessoas brancas podem ser impulsionadoras de profissionais negros, ela responde:
“Pode ser se tornando um apoiador ou patrocinador de um profissional negro, não só um mentor. Não é sentar com o profissional negro e dizer o que ele tem que fazer e sim sentar com essa pessoa e escutá-la.
Não é falar com ela, mas falar bem dela para outras pessoas, dar visibilidade para o trabalho, ser um apoiador de fato. A minha carreira decolou quando eu comecei a ter apoiadores.
Ser antirracista é um pouco disso, de entender que muitas vezes você vai deixar de aparecer para ceder o protagonismo e a visibilidade.”
Gostou de saber mais sobre esse assunto?
Esperamos que possamos cada vez mais exercer nossas capacidades de empatia para aumentar o crescimento pessoal e profissional.
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